Assecor

Suspeita de dinheiro sujo

Suspeita de remessa ilegal para o exterior

Justiça da Suíça bloqueia contas suspeitas de terem recebido recursos do chamado Mensalão do DEM. Parte do dinheiro seria controlado por empresário do ramo de informática do DF

A cooperação internacional com países que mantêm acordos com o Brasil pode ajudar a desvendar o destino de recursos que teriam sido desviados no esquema conhecido como Mensalão do DEM. O Ministério Público Federal apura a remessa de parte do dinheiro para o exterior. Reportagem publicada na edição ontem do Estado de São Paulo, informa que pelo menos
US$ 6,8 milhões — correspondentes a R$ 16 milhões — teriam sido depositados em contas secretas em Genebra e em Zurique, dinheiro recentemente bloqueado pela Justiça suíça.

Segundo o jornal, as contas teriam sido bloqueadas há quase um ano e, desde então, os responsáveis já recorreram da decisão para tentar movimentar os recursos por pelo menos duas vezes. O escândalo estourou em 2009, depois que o então secretário de Assuntos Institucionais, Durval Barbosa, delatou o esquema de corrupção. Segundo ele, empresários pagariam propina para ter contratos com o governo, recursos que seriam repassados a políticos.
A Procuradoria-Geral da República, que denunciou 37 pessoas supostamente envolvidas no esquema, entre os quais o ex-governador José Roberto Arruda, pediu a colaboração das autoridades suíças depois de encontrar indícios de lavagem de dinheiro e da remessa ilegal de recursos para a Europa.

Um documento da Justiça suíça cita a acusação contra 37 pessoas, suspeitas de envolvimento no esquema de desvio e nos atos de corrupção, e menciona o envolvimento de um “ex-governador do Distrito Federal suspeito de ser o responsável pela organização criminal ativa em atos de corrupção visados pelo procedimento estrangeiro”. O Ministério Público da Suíça identificou, ainda segundo a reportagem do Estado de São Paulo, sete contas controladas por um empresário do setor de informática citado apenas pela letra “H”. Ele teria conseguido contratos com o GDF no valor de R$ 9,8 milhões, em 2006.

O desembargador aposentado Edson Smaniotto, advogado que representa José Roberto Arruda (PR), informou que o ex-governador não tem nenhum conhecimento sobre a suposta remessa de recursos para o exterior. “Essa informação circula desde 2009, mas nunca houve comprovação, tanto que isso não consta de nenhum processo. Devem ter retomado o assunto por causa da proximidade com as eleições”, afirma.

 

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